sexta-feira, 21 de junho de 2024

A Meta pretende usar as postagens públicas dos usuários no treinamento de sistema de inteligência artificial generativa – inclusive no Brasil, para desespero de muitas pessoas. 
Os posts no Facebook e Instagram deverão abastecer a chamada Meta AI (em inglês), assistente pessoal que desembarca por aqui até o fim de julho, conforme divulgado no evento Meta Conversations, realizado em São Paulo há duas semanas.

O assunto traz toda uma polêmica. Os reguladores da União Europeia e do Reino Unido fizeram pressão a ponto de o conglomerado de Mark Zuckerberg suspender o treinamento de IA com dados de usuários por um tempo. Já por aqui, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados está em busca diálogo com a companhia para entender o impacto desta novidade na privacidade das pessoas.

Meus dados serão usados para quê?
A Meta diz na documentação oficial que usa informações disponíveis no ambiente online ou em fontes de dados licenciadas, inclusive os dados compartilhados nos produtos e serviços dela mesma. A empresa não revela quais são exatamente estes dados, mas cita as fotos e suas legendas.

Esta autorização começou a valer em 16 de junho. De acordo com a Aos Fatos, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados entrou na jogada ao solicitar informações complementares sobre o assunto, tendo em vista a aplicação da nossa Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Ao Tecnoblog, a ANPD informou que está em tratativas oficiais e classificou como “essencial” que seja apresentado um aviso claro para que os usuários da plataforma possam decidir sobre o assunto. “Não há transparência quando há surpresas”, diz o órgão.

Por sua vez, a Meta defende que está comprometida com o desenvolvimento de inteligência artificial generativa de “de forma segura, responsável e atendendo as regulações de privacidade no Brasil”.

Não custa lembrar que a companhia esteve sob escrutínio global quando decidiu mudar a política de privacidade do WhatsApp. A medida foi comunicada em janeiro de 2021 e resultou na ação de órgãos como o Procon-SP.

Como se opor?
E quem não quiser que seus dados sejam usados na IA da Meta? Os adeptos das redes sociais podem manifestar a oposição, de modo que suas postagens públicas (note-se: jamais as fechadas, e muitos menos as conversas de WhatsApp) não abasteçam seu modelo de linguagem de grande porte (LLM). O problema é que o procedimento no smartphone requer mais de dez etapas.

A boa notícia é que você pode simplesmente clicar neste link aqui e acessar o formulário digital. É preciso estar logado(a) no Instagram ou Facebook.

Preencha seu endereço; escreva na justificativa que exerce seu direito previsto em lei de não ter os dados usados sem consentimento; e envie para empresa. Lembre-se que é preciso entrar no seu email, copiar o código numérico e colar na tela seguinte do formulário para confirmar o procedimento.


O Tecnoblog apurou que a ideia da Meta é retirar os dados dos usuários que opõem à inteligência artificial generativa. Também existe a possibilidade de a Meta adotar um aviso mais evidente conforme a Meta AI comece a chegar aos usuários brasileiros.

Com informações: TechCrunch e Aos Fatos


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